MST - RO faz duras críticas à Assembleia Legislativa de Rondônia e ao Governo do Estado, em relação ao EMMTEC.

Posicionamento do MST em relação ao EMMTEC


A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, através da maioria de seus deputados - eleitos pelo povo – vem tomando posições lamentáveis, anti democráticas e que contrariam o interesse de quem os elegeu. Prova disso se deu no dia 28 de junho de 2016 com a aprovação, por 18 votos a favor e apenas 5 votos contrários, do Projeto do Ensino Médio com Mediação Tecnológica (EMMTEC), sete dias após uma disputada audiência pública onde o assunto foi discutido de forma aberta e em profundidade com a população pela primeira vez. Nesta ocasião, evidenciou-se a firme posição dos movimentos sociais e de pesquisadores/as autônomos da Universidades Federal de Rondônia contra esta péssima cópia que o governo do Estado de Rondônia, através da Secretaria de Estado da Educação, fez do projeto em curso no Estado do Amazonas.
Implantar o EMMTEC no estado de Rondônia significa ignorar por completo a lógica, a racionalidade e as conquistas da população que vive no campo e que há muito tempo vem lutando por um direito básico: ter uma educação de qualidade nas próprias comunidades, concebida a partir delas mesmas. Em constante construção, esta proposta de educação do campo reconhece a presença ativa das comunidades e professores como parte imprescindível na formação dos sujeitos do campo, caracterizados por suas diversas especificidades. Esta diversidade é razão central para a incompatibilidade entre a Educação do Campo que queremos e pela qual lutamos e a proposta do Governo do Estado, que por meio do EMMTEC tem imposto uma educação padronizada, refém das empresas privadas que dominam os instrumentos “pedagógicos” em sua totalidade na lógica mercadológica.
Rondônia é um dos estados da Amazônia que vinha de modo lento, mas constante, avançando no processo de construção da Educação do Campo. Neste sentido, a proposta de Ensino Médio com Mediação Tecnológica privatizada, padronizada e altamente dependente das empresas, é um retrocesso incalculável para a construção de um processo de formação cidadã e de conhecimento entre jovens e adolescentes na sua totalidade, sem perder o foco da diversidade.
Como já afirmamos várias vezes, não somos contra o uso da tecnologia nas escolas (computador, internet etc). Pelo contrário, defendemos a democratização e o amplo acesso à tecnologia como fruto do acúmulo histórico da humanidade. Mas discordamos radicalmente de transforma-la em uma modalidade de ensino, assim como está sendo proposto pela a SEDUC. Queremos uma escola que respire Educação – pública e de qualidade para tod@s - desde sua construção arquitetônica, seu projeto político pedagógico, até a garantia de professores/as habilitados/as em cada área do conhecimento, respeitando sempre a particularidade de cada povo, que na sua diversidade cumpri um papel importante para a construção do país, sejam eles Indígenas, Atingidos por Barragens, Quilombolas, Ribeirinhos, Seringueiros, Pequenos e Médios Agricultores, Sem Terra, entre outros sujeitos do campo que também são parte de Rondônia.
Por isto reafirmamos nosso compromisso enquanto MST de lutar junto com a sociedade e todos os movimentos sociais e organizações diversas que convergem nesta direção, reconhecemos aqui a bravura neste momento dos 5 deputados estaduais (Lazinho, Jesuino Boabaid, Hemínio Coelho, Alex Redano e Glaucione) que independentemente de suas posições ideológicas, ficaram ao lado do clamor e do pedido do povo que se levantou contra esta imposição do governo Confúcio.

Com isto afirmamos em alta voz: NÃO VAI TER EMMTEC! VAI TER LUTA!
MST Junho de 2016

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