Indígenas de Rondônia e sul de Amazonas atingidos pelas enchentes

FAMÍLIAS DE INDÍGENAS SÃO AFETADAS COM AS CHEIAS DOS RIOS MADEIRA, MAMORÉ, GUAPORÉ E PACAAS NOVOS/RONDÔNIA.


O Conselho Indigenista Missionário, Cimi/Regional Rondônia, vem ao público demonstrar preocupação e ao mesmo tempo indignação, neste momento difícil em que se encontram aproximadamente as 250 famílias indígenas, que hoje se somam com tantas outras mil pessoas desabrigadas pela enchente histórica do rio Madeira que se prolonga a quase dois meses, inundando e expulsando comunidades ribeirinhas e urbanas, submergindo inúmeras plantações à beira do Rio Madeira, Mamoré, Guaporé, e Pacaas Novos.


Sabemos que na região Norte, o período de chuvas, sempre foi um fator de preocupação para as populações que vivem as margens dos Rios Madeira, Mamoré, Guaporé, Pacaas Novos, porém, este ano assumiu proporções maiores que ameaçam a integridade física das famílias, que vivem a margens destes rios. Reconhecemos que existem catástrofes naturais que ameaçam a vida do planeta desde o princípio. Porém na atualidade há novos fatores, que aceleram este processo, como: o aquecimento global, desmatamentos e processos erosivos no solo, a construção de hidrelétricas, como é o caso das hidrelétricas de Santo e Jirau, que segundo especialistas, apresentam erros no estudo de impacto ambiental.

É urgente que o Governo Brasileiro e autoridades competentes, façam uma nova e criteriosa investigação técnica das construções e dos impactos ambientais e sociais. Que ela seja feita por profissionais especialistas e independentes, segundo indicativo do Ministério Publico Federal, a exigência e a insistência da sociedade civil organizada.

O município de Guajará-Mirim está em estado de emergência desde o dia 12 de fevereiro, quando a única rodovia de acesso foi alagada pela cheia do Rio Madeira e seus afluentes. O Rio Mamoré, que separa o município da Bolívia, também alcança níveis históricos, chegando a quase 15 metros, expulsando famílias indígenas e submergindo suas plantações à beira do Rio Madeira, Mamoré, Guaporé e Paccas Novos, provocando muito sofrimento a todas as famílias que vivem a margem destes rios. Na mesma situação se encontram as famílias indígenas, ribeirinhas e urbanas no município de Humaitá/AM.


Os povos indígenas: Oro Wari, Makurap, Tupari, Djoromitxi, Canoé, Wayoro, Aruá, Cassupá, Cujubim, Cabixi, Sakirabiar, Oro Wim, da Região de Guajará Mirim e, os povos Parintintim e Tenharim, em Humaitá/AM que também vivem as margens dos rios Mamoré, Guaporé, Pacaas Novos e Madeiras, estão sendo desabrigados, e em algumas aldeias as roças estão completamente inundadas.


Os povos indígenas e as populações tradicionais estão vivendo um momento de caos, perdendo todos os seus bens e as fontes de sustento. Exigimos que o Governo adote medidas que facilitem o acesso aos direitos de serem assistidos, garantindo assim a integridade física e cultural aos indígenas, ribeirinhos e famílias que vivem nas áreas urbanas de Guajará Mirim, Porto Velho e Humaitá, dando a devida assistência à todas as famílias flageladas, para que possam recuperar suas terras, suas casas, seus bens, considerando que a moradia tradicional é um bem sagrado, é um direito constitucional.






Porto Velho, 02de abril de 2014




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