Jornalista denuncia conflito de madeireiros com seringueiros de Rondônia.



Jornalista de Rondônia, Chico Nery denuncia omissão da SEDAM no andamento dos planos de manejo florestal executados por madeireiras nas áreas de reserva extrativista dos seringueiros de Rondônia. Dívidas e irregularidades estariam sendo denunciadas ao MPF de Rondônia.  Imagens extraídas do vídeo Denuncia Reserva Extrativista Rio Cautário desmatamento sem fim, de 2011.

Madeira de manejo florestal em resex do Rio Cautário, em Costa Marques. 

Xico Nery. MADEIREIROS DEITAM E ROLAM EM CIMA DA MISÉRIA E ABANDONO DAS POPULAÇÕES TRADICIONAIS
A empresa pertence a Avalone Sossai de Farias, que só a uma das associações de Machadinho do Oeste ainda não teria pago, totalmente, cerca de 1,5 talhão -750 ha] extraídos em madeiras nobres da região.

Ariquemes, Rondônia – Ainda ungida pelo senador Valdir Raupp [PMDB-Rolim de Moura], a secretária do Desenvolvimento Ambiental [SEDAM], Nanci Maria Rodrigues, ainda não determinou a cobrança de pendências em desfavor de madeireiros com as Associações e Cooperativas Extrativistas por exploração de planos de manejos.

No rosário de dívidas com as famílias tradicionais, figura o grupo Shopping da Madeira, um dos maiores conglomerados de exportação de madeira para os mercados europeu, asiático e norte-americano. A empresa pertence a Avalone Sossai de Farias, que só a uma das associações de Machadinho do Oeste ainda não teria pago, totalmente, cerca de 1,5 talhão -750 ha] extraídos em madeiras nobres da região.

Em 2009, o então presidente da OSR [Organização dos Seringueiros de Rondônia], o líder seringueiro Adão Arteaga denunciou a dívida a SEDAM, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Contudo, com apoio de madeireiros a insurgentes da ex-diretoria da entidade, ‘teve o mandato usurpado e perdeu o cargo’.

CERCA DE JURUBEBA - Além do Shopping da Madeira, Nanci Rodrigues foi informada de que outros madeireiros que transitam com desenvoltura na SEDAM e em Palácio Presidente Vargas, também não fizeram o desembolso relativo às compensações do período de 2006-2013, totalmente.

As pendências foram cobradas ainda nas gestões dos ex-secretários Cletho Muniz Brito [O Britão do INCRA] e Paulo Roberto Brandão no governo Ivo Cassol. Porém, o Conselho que congrega associações e cooperativas das RESEX [Reserva Extrativistas], até agora não se pronunciou; nem deu publicidade dos relatórios sobre os repasses das compensações onde as madeireiras atuam na extração de madeira, essências naturais e outros produtos das florestas.

Nanci é oriunda dos quadros do IBAMA. Desde, então, tem provocado polêmica nas decisões que toma. Segundo extrativistas ouvidos por este site, na atual gestão, também pendências com as populações tradicionais nas RESEX do Alto Rio Cautário e Rio Ouro Preto, em Guajará-Mirim, na divisa com a Bolívia.

TRADICIONAIS SEM TETO - Em ato que ela decidiu em desfavor do remanejamento de famílias do entorno da RESEX administrada pela Associação Água-Pé, entre as cidades de Costa Marques e São Francisco do Guaporé, não o cumpriu o combinado de que ‘todos seriam abrigados em outras áreas’. A suposta omissão da, então, servidora do IBAMA, ‘levou castanheiros e pequenos produtores a serem investigados e indiciados pela Polícia Federal’.

Na atual gestão é acusada de não permitir o acesso às reservas por antigos moradores das florestas. Porém, ‘trata a pão-de-ló, representantes do agronegócio madeireiro, bovino e do setor mineral investigados - ou presos - pela Polícia Federal nas operações Dinízia, Rio de Ouro e Eldorado’.

E não permite a divulgação dos nomes – nem valores – afeitos aos grandes empresários com pendências fiscais por desmatamento ilegal, queimadas, do roubo de madeira, essências naturais [Copaíba, Andiroba e Breu] nem dar publicidade dos atrasos nas compensações oriundas dos planos de manejos cujas madeiras são exportadas sem muito rigor quanto á documentação original.

SÒ FALA AO MPF - Pedido nesse sentido, nesta sexta-feira 2, será encaminhado ao Procurador da República, Reginaldo Trindade, na tentativa de que ‘a SEDAM deixe de frear as cobranças das compensações a madeireiros, bem como seja revisada as tabelas postas em prática pelo Ministério do Meio Ambiente, cujo retorno não é satisfatório há duas décadas’.

A solicitação roga, ainda, que, Nanci Maria Rodrigues, apresente ao Ministério Público Federal o conteúdo dos relatórios autorizativos ao agronegócio madeireiro que explora planos de manejos dentro das RESEX, bem como as planilhas financeiras das compensações, pelo menos, da atual gestão, é o que esperam castanheiros, indígenas e seringueiros do Vale do Anari, Guaporé e do Rio Ouro Preto, em Guajará-Mirim – onde uma estrada de 25 quilômetros foi aberta por um madeireiro por um suposto sogro do ex-secretário Augustinho Pastore.

Xico Nery é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, TV, Repórter Fotográfico e CONTATO de Agências de Notícias nas Amazônias, Países Andinos e Bolivarianos.


Imagens da extração de madeira em 2011 na RESEX do Rio Cautário, em Costa Marques : 










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