VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS – Hidrelétrica Jirau

No dia  de junho (terça-feira) tomamos conhecimento de mais um ato de violação dos direitos humanos, sociais, trabalhista... pela empresa Camargo Corrêa em cima de seus operários. Desta vez aconteceu com oito jovens trabalhadores,  entre 18 a 22 anos, todos da região do nordeste. No dia 15 de junho fomos ao local em que estavam sobre proteção – Ministério Público do Trabalho  Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região e do Sindicato da Construção civil e por duas horas ouvimos o relato dos fatos. Tudo começou quando foram abordados pela Força Nacional e pela Segurança da empresa dizendo que os levariam para uma reunião. Alguns deles encontravam-se em atividade no trabalho. Foram levados para uma sala e lá os humilhavam com palavras e ameaças. 

Um dos trabalhadores migrantes nos contou que a Força Nacional e prepostos da empresa o obrigou a trocar de roupas com a porta aberta do local onde estava, na presença dos colegas e terceiros, fato que o fez sentir-se humilhado.
Foi narrado por eles que a Força Nacional procedeu à revista pessoal de forma agressiva, quase que com golpes no aparelho genital; As agressões verbais continuaram através de xingamentos tais como: “vagabundos”, “ladrões”, “vândalos”.
Contaram-nos que foram ameaçados por parte da Força Nacional e da Guarda Municipal, inclusive com uso de armas, agressões físicas, utilizando de todos os meios que podiam para exercer pressão psicológica sobre os trabalhadores que os mesmos declarassem que sabiam dos fatos ocorridos no dia 13 de março de 2011, inclusive confessar participação e autoria.
Ouvimos o relato de que um dos policiais da Força Nacional desferiu um tapa na orelha de um dos trabalhadores sem qualquer motivo.
Um dos encarregados da empresa Camargo Corrêa, obrigou os trabalhadores a assinar documentos sem lhes informar o conteúdo ou dar possibilidade para lerem.
Contaram-nos ainda que receberam um telegrama da empresa solicitando que retornasse ao  canteiro de obra. Quando ligaram ao número fornecido pela empresa solicitando o dinheiro para as passagens, no entanto foram informados que poderia vir por conta e depois faria o repasse. Todos tomaram dinheiro emprestado uns pagando juro de 10%  e agiram assim porque seria acusado de abandono de emprego.  No entanto não um deles não havia recebido o reembolso.
 Assim se manifesta o contraste, que precisa ser superado: uma economia guiada unicamente pelo critério do lucro e da exploração das debilidades políticas, que para se viabilizar exige a supressão radical dos direitos humanos.

Ir. Mª Ozânia
SPM- Serviço Pastoral do Migrante
CPT- Comissão pastoral da Terra

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