Resgate do Saber Popular em comunidades de agricultores familiares no interior de Rondônia


Repasado pelos agentes da CPT do agroecologia do Projeto Terra Sem Males

No mês de dezembro de 2009 a Secretaria de Biodiversidade e Florestas – SBF do Ministério do Meio Ambiente - MMA, através do PNUD, celebrou um convênio com a COOCARAM, para criação de um banco de dados de sementes crioulas, que será efetivado nos próximos 03 meses, iniciando com 250 agricultores rurais da região central do estado (Ji-Paraná) e em torno de Porto Velho.
A agricultura, afirmam alguns estudiosos possui mais de 10.000 anos. Sabemos que ela foi construída por agricultores e agricultoras simples, que com seu poder de observação da natureza foram modificando o ambiente a sua volta.
Uma das riquezas que surgiram desta revolução são as domesticações das plantas e a produção de sementes, que hoje chamamos de “crioulas”, por não possuirem patentes são um bem da humanidade e vem sendo passadas há milhares de anos de geração a geração e entre membros de comunidades rurais. Sem egoísmo, demonstra uma celebreção de fé e solidariedade com o companheiro próximo.
Em Rondônia este ato não é diferente, ao longo dos anos de colonização do estado as famílias de agricultores rurais vem trocando sementes umas com as outras e tornando o seu guardião, com a responsabilidade de alimentar sua família e distribuir esta riqueza com quem queira partilhar. Sendo assim, encontramos uma infinidade em sementes e raízes em nosso meio rural, que se expressam em variedade de milho, arroz, feijão, leguminosas (feijão de porco, mucunã preta, crotalária, etc.), essências florestais, maniva de mandioca e cana de açúcar... Material genético em diversas cores, tamanhos e formas, que é um bem comum e tem nestas pessoas simples seu fiel depositário.
A importância deste conjunto de ações está em localizar os agricultores que produzem sua própria semente e catalogar as diversidades que ocorrem em nossa região, fortalecendo sua importância e valorizando o esforço de nossos agricultores.
Após o término deste trabalho este banco de dados estará disponível a atores locais (agricultores familiares, pesquisadores, e profissionais da área), para que o processo de repasse de sementes e sua preservação continuem para outras gerações.
Foto: Zezinho. Semente de pés de mogno do viveira da EFA de São Francisco do Guaporé



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