Há 14 anos, horror em Corumbiara

O passado domingo, nove de agosto, completaram-se 14 anos do massacre de Corumbiara, quando cerca de 600 camponeses mobilizaram-se para tomar a Fazenda Santa Elina.
GILDA CÂMARA
Com colaboradores (*)
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Na madrugada daquele dia, por volta das três horas, pistoleiros armados recrutados nas fazendas da região, usando fardamento da PM e rostos cobertos, iniciaram os ataques ao acampamento.



● Morreram 11 e alguns corpos foram queimados. Depois de horas de tiroteio, os camponeses não tinham mais munições para suas espingardas. Aí, o Comando de Operações Especiais, comandado na época pelo capitão José Hélio Cysneiros Pachá, jogou bombas de gás lacrimogêneo e acendeu holofotes contra as famílias. A chacina ocorreu no governo do agora senador Valdir Raupp (PMDB).

● Mulheres foram usadas como escudo humano pelos policiais e pelos jagunços do fazendeiro Antenor Duarte. A pequenina Vanessa, de apenas seis anos, teve o corpo trespassado por uma bala "perdida". Cinqüenta e cinco posseiros ficaram gravemente feridos. Os laudos tanatoscópicos provaram execuções sumárias. O bispo de Guajará Mirim, d. Geraldo Verdier, recolheu amostras de ossos calcinados em fogueiras do acampamento e enviou à Faculté de Médicine Paris-Oeste, que confirmou a cremação de corpos humanos no acampamento da fazenda.

● A partir de 1985 os camponeses se organizaram e criaram as vilas de Alto Guarajús, Verde Seringal, Rondolândia, e mais tarde o povoado de Nova Esperança, posteriormente a cidade de Corumbiara. Dez anos depois, foram vítimas da chacina. E até hoje os parentes das vítimas aguardam a indenização. É uma das vergonhas de Rondônia. É uma das vergonhas nacionais.
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